segunda-feira

Cartas ao Pai Natal

  • Carta ao Pai Natal - Mário Soares

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Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto…
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.

Assinado: Mário Soares
(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)


  • Carta ao Pai Natal - Manuel Alegre

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Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena pare
E solte bosta. Um imponente cagalhão.

Assinado: Manuel Alegre

  • Carta ao Pai Natal - Francisco Louçã
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Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.

Assina: Francisco Louça

  • Carta ao Pai Natal - Aníbal Cavaco Silva
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Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O KamaSutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor: Cavaco Silva


  • Carta ao Pai Natal - Jerónimo de Sousa
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Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevara’s não ofereças Action Man’s
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro “O Capital”.
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos
Viva o Natal dos operários!

Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)


PS:
Agradecemos ao Joaquim Marújo o amável envio destas imagens. Porque a caricatura é arte; porque a arte também é parte da vida e parte da verdade; toda a caricatura, antes de o ser, já foi verdade, menos exagerada - é certo!!! Mas verdade. Afinal, o que é a verdade - senão uma construção permanente e vigilante do nosso olhar.. Não há olhares neutros. Ou como diria o nosso grande Vergílio Ferreira: a verdade é um erro a aguardar vez. E em tudo aquilo há verdade e verdades. Mas a setença só será em Janeiro. Por vezes o povo engana-se..., e por vezesengana-se para pior. Logo, a grande ciência e a grande arte destas eleições é só uma: pedir-lhe que elegam o mal menor. E o mal menor é o tal manequim da rua dos fanqueiros - que dantes corria que nem lebre, e fazia 100m em breves ss. Com efeito, a actual conjuntura de globalização competitiva - que mudou a natureza das coisas, exige, acima de tudo, rapidez e adaptabilidade dos perfis, dos homens e das decisões. E certamente que o dr. Soares não preenche esses requisitos. Será que não dá para votar no Rafael Bordalo Pinheiro????


PS2: agradecemos também à autora destas cartas - que nos chamou a atenção da sua paternidade. Ainda me lembro quando o amigo e mestre Agostinho da Silva publicava os seus livros e colocava, como condição prévia aos respectivos editores, não ter de receber nenhuns direitos de autor. Acho curioso estes contrastes, salvaguardadas as devidas distâncias, mas também aqui encontramos um sinal dos tempo$.

sexta-feira

Paz consigo mesmo...

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O Prof. Doutor Joaquim Marújo aconselha:

A não perder, o Seminário da Arte de Viver em Paz.
Aconselho vivamente aos meus alunos, ex-alunos, amigos, conhecidos e principalmente aos meus inimigos.

A UNIPAZ CONVIDA-NOS para o

SEMINÁRIO A ARTE DE VIVER EM PAZ

* ENTRADA GRATUITA *
dia 03 de Dezembro

- Uma descoberta da PAZ -
Consigo Mesmo, com os Outros, com a Natureza

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- PROGRAMA –
A Paz Consigo Mesmo – Ecologia Interior
 O mundo fora de nós;
 O equilíbrio do corpo, emoções e espírito;
 Da mente fragmentada à mente não fragmentada;

A Paz com os Outros – Ecologia Social
 O processo de destruição da ecologia social;
 A reconstrução da paz na sociedade;
 A vivência social de um ambiente de paz-economia, politica e cultura;

A Paz com a Natureza – Ecologia Planetária
 O processo de destruição da Natureza;
 O restabelecimento da harmonia com a Natureza;
 Viagem à matéria exterior e interior;
 A vida – de onde vem?
 A informação – a inteligência dentro e fora;
A Arte de Viver em PAZ e Não-violência

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Quando se pensa em paz é comum que se pense que isso tem a ver com países em guerra... mas a ausência de paz começa num outro lugar... tome consciência do seu corpo... os seus músculos estão descontraídos?... O seu corpo está em paz ou bastante contraído? E como estão as suas emoções em relação a si e aos outros? Está em paz consigo mesmo e com os outros ou existem mágoas, tristezas, conflitos...? E com a Natureza, há quanto tempo não se sente parte dela…?

Este Seminário dá-lhe os instrumentos que precisa para poder viver em paz o seu quotidiano.

A Unipaz é parceira Oficial da UNESCO para Década
SEMINÁRIO
A Arte de Viver
em PAZ
e Não-violência
3 de Dezembro de 2005

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ENTRADA GRATUITA
CONTACTOS - ORGANIZAÇÃO
UNIPAZ Portugal
WEBSITE: www.unipaz.pt
e-mail: unipaz@sapo.pt

 Material necessário: esteira ou manta, roupa confortável
Este Seminário assenta numa metodologia que actua ao nível das diversas funções psíquicas (Razão, Sentimento, Intuição, Sensação), visando, através de várias vivências, sensibilizar e dar instrumentos a cada pessoa para que construa os seus próprios programas de qualidade de vida, baseados na Paz consigo mesmo, com os outros e com a Natureza.

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Experiências
“Atendendo a que acedi a este Seminário por mera curiosidade, saio com uma grande sensação de plenitude. O conteúdo do Seminário é, sem dúvida, muito interessante e ajudou-me muito na busca do conhecimento de mim própria.”
Arquitecta

“Este Seminário foi simplesmente excepcional. Foi uma grande satisfação para mim ter passado estes momentos e posso dizer que foi uma das melhores experiências da minha vida. Sei que a partir de agora vou tentar cultivar este clima de paz e tranquilidade na minha vida pois decidi que é assim que quero viver.”
Arquitecta

“Conteúdo rico, bem estruturado. Largas portas se me abrem agora para um futuro que, sinto, será mais pleno. Futuro que está já no meu presente.”
Prof. Inst.Sup.Educação Setubal

“Sinto-me entrar numa nova fase da minha vida – renascer. Obrigada por esta oportunidade.”
Educadora Infância

“Conteúdo muito rico, que nos abre as portas para a vivência de uma vida mais plena. Um dia da minha vida que marcou a diferença e que nunca mais esquecerei. “Quando ensinas alguém, tornas-te eterno” (frase de um filosofo muçulmano) . Obrigado pelo eterno que deixaram em mim.” Economista

quinta-feira

"FUTEBOLÊS" - a linguagem dos futebolistas. Só faltou o Figo...

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TENHO O MAIOR ORGULHO DE JOGAR NA TERRA ONDE CRISTO NASCEU
.
(Djair,do Belenenses ao chegar a Belém / Restelo no dia em que assinou
contrato com esse clube)

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NEM QUE EU TIVESSE DOIS PULMÕES ALCANÇAVA ESSA BOLA.
(Roger, jogador do Benfica)


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EM PORTUGAL É QUE É BOM. LÁ A GENTE RECEBE SEMANALMENTE DE 15 EM 15
DIAS.
(Argel, jogador do Benfica)

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QUANDO O JOGO ESTÁ A MIL, MINHA NAFTALINA SOBE
(Jardel, ex-jogador do Sporting)


EU DISCONCORDO COM O QUE VOCÊ DISSE
(Derlei, Jogador do Porto)


NO PORTO É TODO MUNDO MUITO SIMPÁTICO, É UM POVO MUITO HOSPITALAR
(Deco)

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O DIFÍCIL COMO VOCÊS SABEM NÃO É FÁCIL" (UAU!!!!!)

(Jardel, ex-jogador do Sporting)


HAJA O QUE HAJAR, O PORTO VAI SER CAMPEÃO
(Deco)


QUEREM FAZER DO BOAVISTA UM BODE RESPIRATÓRIO"
(Jaime Pacheco)

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JOGAR À DEFESA PODE SER UMA FACA DE DOIS LEGUMES"

(Jaime Pacheco)


Agora SENTA-SE, compara o s/ salário com o deles, e CHORE!!!

terça-feira

As massas em fúria em França..

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Julgo que os acontecimentos em França são como que premonitórios para o que se pode vir a passar em breve noutros países do Velho Continente. São situações sociais dramáticas, desesperantes - que podem assumir - a qualquer momento - a função de barril de pólvora e tomar novas proporções se nada for feito. Refiro-me a medidas de carácrter positivo, ligadas ao emprego, à integração social, à segurança social, à formação profissional, à habitação e a um conjunto de medidas conexas de efeito integrativo no tecido socia das comunidades. É o que tem faltado de forma gritante em França.

Mas o ponto deste breve comentário é sublinhar a amplitude e a força poderosa das massas - que rápidamente se transformam em multidões violentas que destroem tudo que vêm pela frente. Uma vez reunidos alguns homens, basta que um factor-comum acorde neles o que há de comum. E em França, por maioria de razão - que remete para história do país e para a evolução da trajectória das imigrações que lá afluem, existem imensos factores que contribuem para esse recalcamento.

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Basta que apareça um condutor hábil que norteie o sentido da fúria, que dê corpo ao grito de revolta, que seja, afinal, o elemento excitador de certos acontecimentos, como aqueles que presenciamos pelas TVs reportando-se às cidades franceses que hoje se encontram sob um barril de pólvora. Quer isto dizer que as massas se transformam sob a influência de múltiplos elementos:

1) Problemas económicos e sociais ligados à desintegração social
2) Paixões exacerbadas
3) Frustração por ver promessas sedutores não realizadas
4) Orgulhos feridos e/ou espicaçados - segundo expressão de Sarkozy - quando nomeou aquela turba de "escumalha". Há certas verdades que não se dizem em público, quanto muito - baixinho e em privado..
5) Ódios de famílias, de partidos ou de seitas
6) Agressividade excitada
7) Desejos de vingança ou de represálias
8) Espírito de destruição sobreexcitado.

É sob o domínio destes factores que as massas se tornam uma multidão violenta, durante mais ou menos tempo, conforme os casos. E essa força ou duração de estados de perturbação (transitória) e de anormalidade pública depende, por sua vez, de outros factores:

  • Profissões e classes sociais envolvidas
  • Culturas predominantes
  • Imaginário simbólico/sistemas de cultura predominantes
  • Crenças
  • Sugestões
  • Antecedentes
  • Tipo de organizadores
  • Circunstâncias políticas, económicas e sociais
  • Categoria dos líderes/condutores de massas em fúria
  • Atitudes das forças da ordem perante as acções das multidões

Em suma: convém evitar que as massas de comunidades de imigrantes revoltadas em França não degenerem em multidões. Para isso há que as educar e integrar e dar-lhes condições mínimas de dignidade e de vida, sob pena daquelas necessidades integrativas se transformarem em pormessas por realizar, aumentando ainda mais a revolta e a fúria dos deserdados da vida que estão às portas da cidade para a tomar de assalto.

Um assalto que não faz perigar só a França, mas toda a Europa que padece de problemas semelhantes aos que hoje a França - dramática e surpreendentmente revela à Humanidade.

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quinta-feira

A Pulga amestrada

  • Uma história dedicada às crianças que querem aprender a estudar com uma "perna às costas..."
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Esta é uma história simples e ao mesmo tempo divertida. É a história duma pulga... Mas não se trata duma pulga qualquer. Pode ser uma pulga que está atrás do nosso ouvido, a segredar-nos algo que sabemos existir mas que ainda, por qualquer motivo, não sabemos bem o que é. É uma espécie de pulga na ideia. Também lhe podemos chamar a pulga da Filomena ou pulga simplesmente.

Dito isto vamos à história da Pulga. Uma pulga amestrada que vivia num circo, e que agora passou a estar na moda. As pessoas quando vão aos Centros Comerciais comprar comida, roupas e outras coisas aproveitam também e pagam bilhete para ver as pulgas em acção. Ou seja, as pessoas gostam de ver as pulgas a executar as suas habilidades circenses. Como elas são microscópicas só precisam dum espaço reduzido para fazer aqueles números de circo que mete trapézio, cordas e tudo o mais à escala do tamanho das ditas pulgas amestradas que aí actuam, como se fossem actores em telenovelas.

É certo e sabido que ninguém gosta de pulgas, mas temos de reconhecer que elas são fantásticas. Isso vê-se não só pelo modo como incomodam as pessoas e os animais, mas também pela forma como saltam. E fazem tudo isso sem se ver, dado o seu diminuto tamanho. Não têm olhos nem asas, mas conseguem saltar até 150 vezes o comprimento do seu corpo, e 80 vezes a sua altura e aterrar em segurança, como diz a F. McGinty.

Só nos falta imaginar o que nos poderia suceder, a nós - seres humanos - se conseguíssemos tal proeza: saltar 150 vezes o nosso comprimento e 80 vezes a nossa altura... Seria espantoso. Muito provavelmente, já não precisaríamos de carros, nem de autocarros, nem de bicicletas, bastar-nos-ía viajar aos saltos. Podíamos era depois andar sempre a chocar uns com os outros, dado o tamanho dos saltos e a confusão que seria o tráfego aéreo, agora ocupado por seres humanos aos saltos para chegar a casa, à escola, aos empregos e o mais.

Seríamos uma espécie de máquinas voadoras, como os aviões - que também passaríamos a dispensar, dado que com umas centenas ou milhares de saltos também poderíamos viajar entre Países, cruzar fronteiras que nos separam uns dos outros através dos continentes. Por isso, se fossemos as tais pulgas não teríamos qualquer problema com as distâncias, bastaríam uns saltos e zás... Chegaríamos ao destino pretendido na maior das facilidades. E não gastaríamos dinheiro com os combustíveis, que hoje são tão caros e tão poluentes para o ambiente e para nossa saúde pública.

Um dia, ao sairmos da escola, bastava dar um saltito e chegávamos a casa em segundos. No outro dia, de regresso à escola, fazíamos a mesma coisa: mais outro salto e pronto. Além da distância poupava-se também muito tempo, dado que entre estas duas coisas - espaço e tempo - parece haver uma relação íntima.

Quando estívesemos chateados de estar em casa a estudar coisas chatas, bastava dar um salto para ver o que se passava no café, no bar da escola ou até no espaço de convívio da Igreja mais próxima, para ver se a nossa irmã mais velha estaria a rezar com o terço na mão ou, pelo contrário, estaria aos beijinhos com um novo namorado na biblioteca do centro paroquial dessa mesma igreja. Seriam só vantagens, como se vê. As pessoas agora passaríam a saltar como pulgas. Parecíamos uns saltibancos, alguém que desde manhã à noite, estaría sempre como no carrossel da vida, andando para cima e para baixo, como pulgas amestradas no circo, onde as víamos executar as suas habilidades.

É certo que tudo é impossível de realizar. Somos humanos, e os humanos não saltam como as pulgas. Mas então para que serve esta história??? Talvez para perceber a distância que vai da realidade à imaginação; a diferença entre o pensado e o concreto; a diferença entre a realidade e a ficção; o sonho e a realidade. Enfim, a diferença entre a pulga e nós, seres humanos, que só podemos dar saltos com a inteligência, pondo precisamente a nossa imaginação a trabalhar e a contar estas narrativas espectaculares.

Esta é a moral da história da pulga amestrada que fascina tanto a Joana - e muitas outras meninas da idade dela. Quer dizer, nós nascemos com uma certa energia. No entanto, muitos de nós não sabemos o que fazer com ela. Outros, ao contrário, aplicam essa energia para estimular a imaginação e, assim, imaginar inúmeras histórias fantásticas que podemos contar aos nossos amigos. Ainda por cima agora que temos a internet que nos permite anular aquelas barreiras de distância e de tempo. Barreiras essas que no tempo dos nossos pais existiam. Agora, num segundo, podemos fazer chegar esta história ao conhecimento de um amigo; antes podia demorar dias, semanas... Não é isto admirável?!

E o mesmo se diga daquelas meninas que têm o sonho de, um dia, virem a ser cantoras famosas, estilistas, actrizes de novelas, teatro e de cinema, ou, simplesmente, arquitectas ou desenhadoras de bonecos ilustrados, inclusivé de pulgas amestradas e outras selvagens que nunca andaram aos saltos no circo e, por isso, são mais livres e felizes. Tudo isso pode agora ser explorado pela nossa imaginação e pela nossa vontade de pensar e de comunicar. Só depende de nós. Temos o mundo na nossa mão, quer dizer, na nossa cabeça.

É para isso que serve a inteligência. É para isso que temos cabeça, só temos de a aproveitar da melhor forma, e não tapá-la com um chapéu no inverno só porque chove ou faz frio... A partir de agora já nunca mais podemos defender a ideia ("seca") de que na escola e na sociedade - há meninos "inteligentes" e outros que são "burros".

Tudo, portanto, dependerá do uso que fizermos da nossa cabeça, que é como quem diz, da nossa inteligência e da imaginação por ela desenvolvida. Talvez a partir de agora se torne bem mais fácil e atraente para milhares de crianças que querem aprender com uma "perna às costas" (sem ficar coxas..., esta foi - húmida, eh, eh, eh, eh) estudar com mais gosto.

É que a partir de agora já não há mais desculpas para não saber como estudar ou usar a inteligência e a imaginação. Certo???!!!

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  • Nota: será que o porco faz mortais e a vaca dá saltos no mar? E o que fará aquele menino ali ocupado com aquele insecto chato???? Será uma pulga? Tudo questões respondíveis pela nossa Imaginação.

Arquitectos e prostitutas. Uma leitura original..

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  • Hoje não vamos falar sobre Política.


Why prostitutes earn more than architects

(...) an immutable law of labor: when there are a lot of people willing and able to do a job, that job generally doesn't pay well. This is one of four meaningful factors that determine a wage. The others are the specialized skills a job requires, the unpleasentness of a job, and the demand for services the job fulfills.

The delicate balance between these factors helps explain why, for instance, the typical prostitute earns more than the typical architect. It may seem as though she should. The architect would appear to be more skilled (as the word is usually defined) and better educated (again, as usually defined). But little girls don't go up dreaming of becoming prostitutes, so the supply of potencial prostitutes is relatively small. Their skills, while not necessarily "specialized", are practiced in a very specialized context. The job is unpleasent and forbidding in at least to significant ways: the likelihood of violence and the lost opportunity of having a stable family life. As for demand? Let's just say that an architect is more likely to hire a prostitute than vice versa.


Steven D. Levitt & Stephen J. Dubner, Freakonomics, ed. Allen Lane 2005

quarta-feira

Reminiscências efervescentes e outros Alka-sel.. A Bíblia

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  • Análise e Reflexão Política - pura e aplicada

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Descontadas estas pequenas "brejeirices" que sempre vão circulando na net, e sem querer ofender ninguém ou susceptibilizar os deuses menores deste nosso burgo empastelado e já mui farinhento, confesso sentir-me atordoado pelo facto do dr. Mário Soares ter um role de compagnons de route e não dispôr, genuinamente, de um único amigo que lhe conte a verdade. E da verdade o grande Vergílio Ferreira dizia que eram "os cornudos" sempre os úlimos a saber. Mas para aqui a expressão não se aplica. Nem sequer se sugere.

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O que se aplica a esta extemporânea candidatura é outro juízo. Um juízo de natureza político que aqui damos à estampa, qui ça no sentido de ajudar a ver claramente visto aquilo que os visados não vêm ou, simplesmente, não querem ver. Já que o poder é um afrodisíaco, como dizia Henry Albert Kissinger na década de 70, e, talvez por isso, ele tenha permitido, explícita ou implícitamente, que milhares de pessoas inocentes morressem às mãos do opressor de extrema direita que na América do Sul, o seu tradicional backyard - e também no Sudoeste Asiático - assassinou muitas almas. Um pouco, e salvaguardads as devidas distâncias, o que fizeram alguns restolhos salazarengos que ainda pululam por aí, a arrastar os pés pelos corredores do Poder que os nomeia - à esquerda e à direita - para Comissões de serviço onde depois desarticulam o Ensino superior, matam as energias nascentes e feudalizam todo o campo de acção estratégica que se poderia desenvolver nesse sector. Nesse sector e noutros.. porque os restolhos pululam, infelizmente.

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Mas o que se aplica directamente à candidatura de M. Soares é, também, um desafio que se coloca ao analista nas sociedades modernas em crise, que não tem resolução fácil. E porquê?

Por um lado, por causa da al
teridade das condições políticas geradas pelo novo contexto de globalização competitiva (GC), que faz com que tenhamos tendência para interiorizar tudo aquilo que vem do exterior, o bom e o mau. Quer no plano comunitário, internacional e mundial, naturalmente.

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Ora é esta novel circunstância estratégica - que remete directamente para a nova constelação e o paradigma da GC, que alterou a natureza das coisas, e, também, a forma de fazer Política. Por isso, é que no outro dia ao ver os Prós & Contras - e as intervenções jurídicas tão lineares do doutor V. Moreira, ia caindo da cadeira a rir. E falo sériamente, com o devido respeito que aquele professor de direito merece. Aquele e muitos outros compagnons de route..., duma route que já chegou ao fim. Ou então mudou de piso e revestiu-se duma nova camada de alcatrão e seguiu outro destino. Não ver isto é como querer dizer à turba que o alcatrão é amarelo e que não há acidentes de viação em Portugal. Mesmo proferido em "juridiquês" e com o hermetismo e a pompa do costume, ninguém já vai acreditar nessas tretas, salvo os papalvos que ainda lêem, (porque) alienados, as sebentas marchistas-leninistas da década de 70, que fizeram as delícias dos então recém cultores do Direito Constitucional e de outras ciências ocultas, mais ou menos políticas. Todavia, importa sobrelevar que na altura eram todos marxistas, comunas e outros que tais. Alguns ainda não abandonaram a camisola interior do Che - que trazem vestida desde a década de 70. Daí o cheiro bafiento de certas teorias, doutrinas sociais e políticas e outras que tais... , mas que eram a moda ideológica de então, e temos de respeitar isso.

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Assim como hoje toda a agente segue o capitalismo, mesmo que se diga socialista e o tenha engavetado há décadas. Temos de respeitar estas incongruências da história e dos políticos, mais ou menos habilidosos, e também de alguns intelectuais de serviço - que a teceram. Mas volvidos 30 anos dessa cortina de fumo, temos o direito intelectual, e, sobretudo, moral, de denunciar essas mentiras institucionalizadas que fizeram carreira durante anos e, hoje, se apresentam ao eleitorado menos cauteloso vestidas com novas roupagens. Roupagens que escondem sempre o podre das malhas antigas, os buracos nos tecidos comidos pelas larvas, sarjas, denunciando odores antigos e outros seres microscópicos que nós aqui - no Macroscopio e no Culturanalise - vamos decifrando.

Por isso, as sociedades em crise - colocam o analista - e à produção de análise política - um tremendo confronto, dada a multiplicidade de paradoxos que os materiais políticos nos vão fornecendo diáriamente à nossa mesa de trabalho. Desta feita, perguntamos:

Como resolver a situação política verdadeiramente anormal do dr. Soares? E como explicar alguns dos apoios que tem junto da sociedade portuguesa? É fácil responder se evocarmos o ódio e o ressentimento que certas pessoas nutrem por Cavaco e por 10 anos de cavaquismo, dentro e fora da Administração Pública. Mas isso é só raiva, espuma que sai pela boca de muita gente que, em nada, contribui para racionalizar a conjuntura em apreço e explicar as linhas de trajectória futuras que colocam a sociedade portuguesa de novo no ritmo do crescimento, da modernização e do desenvolvimento. Nenhuma dessas respostas emocionais - ensaiadas pelos proponentes de Soares nos programas de televisão e noutros fora - responde, de forma compreensível e aceitável, à alteridade do dr. M. Soares. Nenhuma. Aquilo nasceu de puslões antigas que remetem a leitura política para a ordem do psicológico, que aqui não queríamos aprofundar, e não para a esfera do Político - como seria suposto que remetesse a conduta de todos os actores políticos normais.

Em 2º lugar, sobrevem uma questão conexa: é que nos encontramos a viver uma crise dentro da crise. Uma crise política, mas que é simultaneamente, uma crise de identidade - dos actores políticos e até da generalidade da comunidade dos analistas - que têm uma tremenda dificuldade em reconhecer a evolução dessa crise múltipla que tolhe dramáticamente a sociedade portuguesa e nos está a hipotecar o futuro.

É, portanto, esse desajustamento cultural, social e económico que dificulta ao analista o reconhecimento dos contornos dessa mega-crise, a qual revela um desajustamento entre as promessas e as realaizações, o proclamado e o concretizado, enfim, é uma crise que nos revela o fosso entre os sistemas de ideias e de dispositivos e as estruturas sociais e económicas em profunda agonia neste Portugal velho, decadente e cego.

Se formos todos cegos, e embarcarmos nesta cegueira as coisas podem ainda complicar-se, já que se nada for feito para atalhar esta deriva de anormalidade política em Portugal (que se ampliou com as eleições autárquicas recentes), a sociedade portuguesa, impedida de progredir e de sair do esgoto em que está, pode desenvolver uma tendência, uma corrente e um movimento (social primeiro, político depois) para identificar inimigos internos que ajudem a explicar a verdadeira origem das dificuldades colectivas. Ora isto, como é sabido, pode conduzir a situações de violência social e política verdadeiramente excepcionais, desde que instauramos o regimen democrático no País.

Paralelamente, tudo isto decorre num contexto de mudança profunda, em que os referenciais tradicionais perderam toda a sua validade e potencial (daí a estranhesa do paradoxo chamado "Soares") que estes seus "amigos" - com muitas aspas - cultivam, artificialmente, junto do candidato.

Todos nós passamos por momentos complicados na vida. Os Estados, as sociedades, as empresas, as comunidades, enfim, as pessoas (que são de carne e osso) passam por semelhantes aflições e dificuldades. Percebemos isso quando temos um acidente de viação e ficamos sózinhos no meio da estrada com o carro todo espatifadon e ninguém pára. Ou então quando alguém tem fome, muita fome, e só 2 cêntimos no bolso.

É sob estas circunstâncias verdadeiramente excepcionais na nossa vida política - que que se pode compreender as dificuldades dos tempos que atravessamos. Tempos em que os voluntarismos e as certezas jamais se poderão sobrepor às observações metódicas e reflexivas.

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Talvez por isso, façamos aqui um apelo aos amigos verdadeiros (se é que existem, incluindo os familiares) do dr. Soares: digam-lhe, pfv, a Verdade. Vai-lhe custar de início, mas depois acabará por aceitá-la. Mesmo que lhe tenham de dar um Alka Seltzer e uma pancadinha nas costas para facilitar o arroto político, que acabará naturalmente por sair..

Quem sabe se a resposta está na Bíblia... Há dias um empresário amigo disse-me que encontrou lá a receita. Confesso já ter lido alguns capítulos. Até já fui ao índice para evitar perder tempo. Mas ainda não encontrei a chave do problema.

Provavelmente, tenho ainda uma Bíblia com edição antiga..

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