quarta-feira

Reminiscências efervescentes e outros Alka-sel.. A Bíblia

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  • Análise e Reflexão Política - pura e aplicada

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Descontadas estas pequenas "brejeirices" que sempre vão circulando na net, e sem querer ofender ninguém ou susceptibilizar os deuses menores deste nosso burgo empastelado e já mui farinhento, confesso sentir-me atordoado pelo facto do dr. Mário Soares ter um role de compagnons de route e não dispôr, genuinamente, de um único amigo que lhe conte a verdade. E da verdade o grande Vergílio Ferreira dizia que eram "os cornudos" sempre os úlimos a saber. Mas para aqui a expressão não se aplica. Nem sequer se sugere.

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O que se aplica a esta extemporânea candidatura é outro juízo. Um juízo de natureza político que aqui damos à estampa, qui ça no sentido de ajudar a ver claramente visto aquilo que os visados não vêm ou, simplesmente, não querem ver. Já que o poder é um afrodisíaco, como dizia Henry Albert Kissinger na década de 70, e, talvez por isso, ele tenha permitido, explícita ou implícitamente, que milhares de pessoas inocentes morressem às mãos do opressor de extrema direita que na América do Sul, o seu tradicional backyard - e também no Sudoeste Asiático - assassinou muitas almas. Um pouco, e salvaguardads as devidas distâncias, o que fizeram alguns restolhos salazarengos que ainda pululam por aí, a arrastar os pés pelos corredores do Poder que os nomeia - à esquerda e à direita - para Comissões de serviço onde depois desarticulam o Ensino superior, matam as energias nascentes e feudalizam todo o campo de acção estratégica que se poderia desenvolver nesse sector. Nesse sector e noutros.. porque os restolhos pululam, infelizmente.

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Mas o que se aplica directamente à candidatura de M. Soares é, também, um desafio que se coloca ao analista nas sociedades modernas em crise, que não tem resolução fácil. E porquê?

Por um lado, por causa da al
teridade das condições políticas geradas pelo novo contexto de globalização competitiva (GC), que faz com que tenhamos tendência para interiorizar tudo aquilo que vem do exterior, o bom e o mau. Quer no plano comunitário, internacional e mundial, naturalmente.

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Ora é esta novel circunstância estratégica - que remete directamente para a nova constelação e o paradigma da GC, que alterou a natureza das coisas, e, também, a forma de fazer Política. Por isso, é que no outro dia ao ver os Prós & Contras - e as intervenções jurídicas tão lineares do doutor V. Moreira, ia caindo da cadeira a rir. E falo sériamente, com o devido respeito que aquele professor de direito merece. Aquele e muitos outros compagnons de route..., duma route que já chegou ao fim. Ou então mudou de piso e revestiu-se duma nova camada de alcatrão e seguiu outro destino. Não ver isto é como querer dizer à turba que o alcatrão é amarelo e que não há acidentes de viação em Portugal. Mesmo proferido em "juridiquês" e com o hermetismo e a pompa do costume, ninguém já vai acreditar nessas tretas, salvo os papalvos que ainda lêem, (porque) alienados, as sebentas marchistas-leninistas da década de 70, que fizeram as delícias dos então recém cultores do Direito Constitucional e de outras ciências ocultas, mais ou menos políticas. Todavia, importa sobrelevar que na altura eram todos marxistas, comunas e outros que tais. Alguns ainda não abandonaram a camisola interior do Che - que trazem vestida desde a década de 70. Daí o cheiro bafiento de certas teorias, doutrinas sociais e políticas e outras que tais... , mas que eram a moda ideológica de então, e temos de respeitar isso.

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Assim como hoje toda a agente segue o capitalismo, mesmo que se diga socialista e o tenha engavetado há décadas. Temos de respeitar estas incongruências da história e dos políticos, mais ou menos habilidosos, e também de alguns intelectuais de serviço - que a teceram. Mas volvidos 30 anos dessa cortina de fumo, temos o direito intelectual, e, sobretudo, moral, de denunciar essas mentiras institucionalizadas que fizeram carreira durante anos e, hoje, se apresentam ao eleitorado menos cauteloso vestidas com novas roupagens. Roupagens que escondem sempre o podre das malhas antigas, os buracos nos tecidos comidos pelas larvas, sarjas, denunciando odores antigos e outros seres microscópicos que nós aqui - no Macroscopio e no Culturanalise - vamos decifrando.

Por isso, as sociedades em crise - colocam o analista - e à produção de análise política - um tremendo confronto, dada a multiplicidade de paradoxos que os materiais políticos nos vão fornecendo diáriamente à nossa mesa de trabalho. Desta feita, perguntamos:

Como resolver a situação política verdadeiramente anormal do dr. Soares? E como explicar alguns dos apoios que tem junto da sociedade portuguesa? É fácil responder se evocarmos o ódio e o ressentimento que certas pessoas nutrem por Cavaco e por 10 anos de cavaquismo, dentro e fora da Administração Pública. Mas isso é só raiva, espuma que sai pela boca de muita gente que, em nada, contribui para racionalizar a conjuntura em apreço e explicar as linhas de trajectória futuras que colocam a sociedade portuguesa de novo no ritmo do crescimento, da modernização e do desenvolvimento. Nenhuma dessas respostas emocionais - ensaiadas pelos proponentes de Soares nos programas de televisão e noutros fora - responde, de forma compreensível e aceitável, à alteridade do dr. M. Soares. Nenhuma. Aquilo nasceu de puslões antigas que remetem a leitura política para a ordem do psicológico, que aqui não queríamos aprofundar, e não para a esfera do Político - como seria suposto que remetesse a conduta de todos os actores políticos normais.

Em 2º lugar, sobrevem uma questão conexa: é que nos encontramos a viver uma crise dentro da crise. Uma crise política, mas que é simultaneamente, uma crise de identidade - dos actores políticos e até da generalidade da comunidade dos analistas - que têm uma tremenda dificuldade em reconhecer a evolução dessa crise múltipla que tolhe dramáticamente a sociedade portuguesa e nos está a hipotecar o futuro.

É, portanto, esse desajustamento cultural, social e económico que dificulta ao analista o reconhecimento dos contornos dessa mega-crise, a qual revela um desajustamento entre as promessas e as realaizações, o proclamado e o concretizado, enfim, é uma crise que nos revela o fosso entre os sistemas de ideias e de dispositivos e as estruturas sociais e económicas em profunda agonia neste Portugal velho, decadente e cego.

Se formos todos cegos, e embarcarmos nesta cegueira as coisas podem ainda complicar-se, já que se nada for feito para atalhar esta deriva de anormalidade política em Portugal (que se ampliou com as eleições autárquicas recentes), a sociedade portuguesa, impedida de progredir e de sair do esgoto em que está, pode desenvolver uma tendência, uma corrente e um movimento (social primeiro, político depois) para identificar inimigos internos que ajudem a explicar a verdadeira origem das dificuldades colectivas. Ora isto, como é sabido, pode conduzir a situações de violência social e política verdadeiramente excepcionais, desde que instauramos o regimen democrático no País.

Paralelamente, tudo isto decorre num contexto de mudança profunda, em que os referenciais tradicionais perderam toda a sua validade e potencial (daí a estranhesa do paradoxo chamado "Soares") que estes seus "amigos" - com muitas aspas - cultivam, artificialmente, junto do candidato.

Todos nós passamos por momentos complicados na vida. Os Estados, as sociedades, as empresas, as comunidades, enfim, as pessoas (que são de carne e osso) passam por semelhantes aflições e dificuldades. Percebemos isso quando temos um acidente de viação e ficamos sózinhos no meio da estrada com o carro todo espatifadon e ninguém pára. Ou então quando alguém tem fome, muita fome, e só 2 cêntimos no bolso.

É sob estas circunstâncias verdadeiramente excepcionais na nossa vida política - que que se pode compreender as dificuldades dos tempos que atravessamos. Tempos em que os voluntarismos e as certezas jamais se poderão sobrepor às observações metódicas e reflexivas.

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Talvez por isso, façamos aqui um apelo aos amigos verdadeiros (se é que existem, incluindo os familiares) do dr. Soares: digam-lhe, pfv, a Verdade. Vai-lhe custar de início, mas depois acabará por aceitá-la. Mesmo que lhe tenham de dar um Alka Seltzer e uma pancadinha nas costas para facilitar o arroto político, que acabará naturalmente por sair..

Quem sabe se a resposta está na Bíblia... Há dias um empresário amigo disse-me que encontrou lá a receita. Confesso já ter lido alguns capítulos. Até já fui ao índice para evitar perder tempo. Mas ainda não encontrei a chave do problema.

Provavelmente, tenho ainda uma Bíblia com edição antiga..

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