domingo

As eleições presidenciais e MJV

Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us
  • "Pinsamentos e "refleccccççções" bastante desencontradas... MJV faz, seguramente, a diferença, e o nosso primata também.


Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.us

Este ano um candidato "sério" às presidenciais ainda não deu ar da sua graça, salvo num programa que se chama
revolta dos pastéis de nata. Referimo-nos, naturalmente, ao "sociológo" Manuel João Vieira, que também é artista nas horas vagas. Esta reflexão metafísica já foi apresentada no macroscopio em Janeiro de 2005, publicada noutros compêndios de Ciência Política e noutras ciências sociais e humanas de carácter mais ou menos oculto - e agora conhece aqui republicação, a pedido de algumas famílias
.

Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

Um retrato político do Portugal contemporâneo

Hà dias a SIC entrevistou o 3º astro presidencial: o eterno Manuel João Vieira (MJV), o célebre dr. Lello Minsk dos Ena Pá 2000, consagrado vocalista dos Irmãos Catita. Além da pose excêntrica, pouco disse.

Diz MJV: acho a política um prazer, mas caríssimo. Tive de comprar um fato no conde Barão, um par de sapatos e troquei o Ferrari por um Lamborgini Miura, mas ainda estou a pagar as prestações. Depois, assevera: estava a pensar pôr o meu carro a gás. Questionado sobre a medida mais popular em Belém, diz: os nascimentos devem ser subsidiados e a licença pós-parto prolongar-se por 1 a dois anos. Não é uma medida demagógica, porque se os nascimentos não aumentarem a Segurança Social entra em colapso. E quero subsidiar a lingerie feminina a 100% e os perfumes de marca francesa a 150%. E todos os portugueses devem ter um Ferrari.

E qual a medida mais impopular? Vender o Porto à Inglaterra. Assunto que ainda está na corda bamba, penso que o melhor é fazer um referendo. Em que lugar gostaria de se encontrar com Guterres para discutir problemas nacionais? Que tal perto de um precipício? Por ex., um pic-nic na Boca do Inferno. E quem será a 1ª dama? Apostamos numa eleição via Internet.

O Batatoon e o professor Neca serão os meus estilistas. E quanto espera ganhar? Os portugueses deviam todos ganhar o mesmo. É importante democratizar a democracia e retomar a política de saneamentos, por sorteio ou rifa, para não dizerem que favorecemos algumas pessoas. Pensa ainda celebrizar um dia com o seu próprio nome: o Dia Vieira.

Tudo isto se desenrolou em frente ao Planetário, em Belém, num evento onde estava uma multidão de cerca de 50 pessoas. Todas assinaram (sem ser empurradas) o respectivo apoio presidencial a MJV. E todas ouviram o discurso do candidato, que chegou atrasado, a esbracejar, num Mercedes SLK alugado, donde partiu acenando para os pastéis de Belém.

Será isto uma parte da caricatura de Portugal (similar à narrada por Eça no séc. XIX)? Que relação têm estas ressonâncias hilariantes com a classe política que nos (des)governa? Ou o “uivo” e a lucidez de Saramago? Haverá algum traço de modernidade nos “Acácios” actuais? Ou será que tudo isto não passa duma brutalidade cómica, actualizada com a crise económica e moral do 3º milénio?! Como 3º astro presidencial, interrogo-me o que dirá, hoje, MJV aos seus dois mais dilectos competidores: Guterres e Santana Lopes, perdão, Soares, Cavaco, Alegre e Louçã, e também o grande dançarino Jerónimo do PCP - que me faz lembrar o cangalheiro em Sacavém onde há 20 anos ía comprar peças para restaurar automóveis estampados.

Hoje interrogo-me se não era ele que me as vendia...
Se sim, era um tipo porreiro, porque fazia sempre bons preços, under the circunstances...

Eu que nunca votei PCP na minha vida, salvo em Jesus Cristo que o era puramente, desta feita sou capaz de pensar três. Nem que para isso tenha de estampar-me...

Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

sábado

Ainda os Relógios do nosso Tempo - By Jorge Zambujo

  • O Homem debruçado sobre o nosso Tempo, tentando reiventar-se à medida que ele escapa por entre os ponteiros da vida.

Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us


Caro Rui,

Tem sido sempre com grande interesse que vou acompanhando a troca de assuntos com o seu Tio Quim, e espero que os nossos actuais relógios, alguma vez nos dispensem tempo para um repasto de convívio.

Ao ler o seu artigo e em especial o do seu Tio Quim, também me recordei da minha primeira “cebola”, como também eram designados algumas daquelas máquinas, que pela importância que transmitiam ao novo proprietário, até se tiravam fotos com a manga um pouco arregaçada para marcar bem o orgulho que homenzinho, seu proprietário, tinha na sua posse.

Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

Vivia eu em Angola, numa simpática vila do planalto do Huambo, a Caála (nome gentílico) e que tinha um outro nome oficial de Vila Robert Williams, quando, um belo dia, chegou uma encomenda dos meus Avós - onde lá vinha aquela verdadeira relíquia de família: um “Tittus Geneve” - o relógio.

Image Hosted by ImageShack.us

Até lá tinha aprendido com o Calenga, um empregado preto, que me ensinou muita coisa do mato e da vida indígena e que ainda hoje recordo com saudade, a medir o tempo pela sombra que o Sol projectava. Os indígenas não tinham o hábito do uso do relógio solar que o Rui projecta no seu artigo, mas faziam riscos no chão a marcar o meio-dia que uma sirene da serração lá da terra anunciava. Também eu marcava a sombra projectada no chão da minha sala de aula da primária para ter uma noção da aproximação do intervalo, meia hora de grande importância futebolística, pois ou ia ser o Azevedo (guarda-redes) ou o Travassos (avançado) ambos do Sporting, conforme a posição onde jogava.

Com aquela máquina no pulso, julgo que nunca mais fui Azevedo, não fosse no entusiasmo das defesas para a “fotografia” estragar aquele relógio, novo meu, velho do meu Tio Zé.

Image Hosted by ImageShack.us

Julgo que nos primeiros dias, de 5 em 5 minutos, punha o relógio ao ouvido para através do tique-taque ou olhando para o ponteiro dos segundos, verificar se ainda trabalhava, era uma preocupação constante, e o meu primeiro relógio de forma rectangular e de ponteiros em forma de ponta de seta lá foi durando até que, agora já em Portugal, recebi um outro relógio.

Image Hosted by ImageShack.us

Com a independência do antigo Congo Belga, alguns refugiados traziam objectos que procuravam negociar para realização de dinheiro para as primeiras necessidades.

Image Hosted by ImageShack.us

Foi então que o meu saudoso Pai, comprou um lindo relógio a um desses refugiados, que brilhava aos meus olhos por todo o lado, um Oris , e que me acompanhou na adolescência até que já em Lisboa chegou também o tempo de comprar um Cauny. Este foi comprado por mim a um Garda-Fiscal contrabandista.

Lembro-me que me pediu 950$ por uma bela máquina, com cronómetro e tudo, ao que eu respondi que havia outro Guarda que já me tinha oferecido outro igual por 750$, e com garantia. Resmungou dizendo que estes “gajos” andavam a estragar o negócio e que isto se assim continuasse qualquer dia tinha que deixar o contrabando, mas mesmo assim fez o negócio pelo novo preço e que também me deu garantia. Calculo!.

Rui, não gostava de ser cansativo com estas minhas recordações que também o seu interessante artigo me suscitou, mas permita-me ainda chamar a atenção para uma ligação do relógio mecânico a um exemplo que utilizei em acções de formação de gestores.

Aqui socorrendo-me da figura do mecanismo interno de um relógio, representava nas várias rodas dentadas os departamentos de uma empresa, isto é Finanças, Planeamento, Vendas ou Serviços, Controle, Recursos Humanos, etc. E numa pequena mola representava o Gestor. Na face externa do relógio, nos seus dois ponteiros, fazia representar os Lucros ou os Serviços. E com esta imagem lá dava a minha lição do relógio:

Image Hosted by ImageShack.us

O tempo passa e jamais volta ao ponto de partida…

As peças de um relógio movimentam-se sincronizadamente – cada roda dentada faz avançar outra – não há conexões inúteis…

Numa empresa, num ciclo administrativo terá de existir um movimento uniforme, regular e ininterrupto de todos os seus elementos…que não devem ser a mais ou a menos …

A energia criadora dentro de uma Empresa ou Serviço Público reside na energia, experiência e imaginação do seu Gestor. Ele faz as rodas girarem, motivando a sua equipe, decidindo.

A qualidade das decisões determina o progresso da Empresa ou a qualidade dos Serviços prestados…!

Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

Rui, a finalizar e socorrendo-me ainda da figura do relógio OMEGA, quero deixar a imagem de alguns gestores que são igualmente bem representados pelo OMEGA, isto é não adiantam nem atrasam…

Aquele abraççççço,
Jorge.
Image Hosted by ImageShack.us
  • O homem do Tempo - ladeado por um OMEGA e por um ORIS
Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

_Image Hosted by ImageShack.us__
________________________________________

PS: Confesso que aprendi imenso com esta reflexão que amavelmente me foi enviada pelo Jorge Zambujo. Repleta de ângulos novos e mui enriquecedora dos pontos de vista que eu e o meu tio aqui - e no macroscopio - desenvolvemos. Julgo que isto já não são meras considerações sobre relógios e ponteiros e vivências. São já pequenas (grandes) experiências que podem reportar ao mundo complexo da gestão, das pequenas e grandes decisões que afectam as famílias, as pessoas e também as grandes multinacionais, que correm sempre contra o tempo, ou seja, a favor dele e dos seus assets (activos financeiros), como agora se diz em economês. Por tudo isto só poderei agradecer e estar grato ao amigo Jorge Zambujo - por ter aqui partilhado connosco também as suas memórias, perspectivas e visões nos planos - micro-macro estratégico da ordem da gestão do tempo e das decisões de risco que o influenciam no mundo das empresas. Afinal, uma lição acerca da cronometragem do tempo político com o tempo social, resultando dessas duas dimensões do Grande Tempo - uma espécie de registo do tempo pessoal de cada um de nós. Ou como diria Sto Agostinho - No Espaço do Meu tempo, No Tempo do meu Espaço...

sexta-feira

Dia de chuva

  • Hoje está um dia cinzento, como certos burocratas de alcova. Só me apetece pegar nos "cães" e ir até à praia fazer gincana...

Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us

Ainda outro moral na Palestina

Porque será??

Image Hosted by ImageShack.us

A última seia

Image Hosted by ImageShack.us

quinta-feira

Um Royal Geographical - um cronómetro genuíno

  • Um gentleman com esprit aventureiro. Um genuíno cronómetro para comemorar as grandes explorações do tempo. Esta peça vem na sequência de um blog que colocámos no macroscopio. Evocamos parte da história da família através dos ponteiros de um Cauny Prima, e o meu Tio acho por bem solidarizar-se comigo e fazer-me uma surpresa - que afectuosoamente agradeci.
  • A máquina tem um banho de ouro de lei (10 microns), um vidro de safira de alta resistência, logo à prova de riscos e resiste a quedas. É, portanto, um bom relógio para quem faz campanhas políticas.
  • Trata-se de um relógio anti-crash. Tem ainda uma bela bracelete castanha e um rebordo fino de alta joalharia e ainda uns comandos de elevada precisão. É um Royal Geographical oferecido pelo meu Tio. É um Relógio a reter, mesmo fora do tempo.
  • E eu a pensar que ele só me dava belos textos que aqui blogamos...

    Image Hosted by ImageShack.us

Image Hosted by ImageShack.us

Soares abroad...: TU TI TU TU TU



Image Hosted by ImageShack.us

O candidato presidencial Mário Soares, encontrava-se hospedado com a Sua esposa Maria Barroso, num luxuoso hotel de Londres, descansando após uma manhã de intensos contactos com eleitores portugueses residentes na capital britânica.

Pega no telefone e liga para o room service daquela unidade hoteleira dizendo : TU TI TU TU TU.

O empregado, porque não compreendia o que pedia o candidato, pensanso tratar-se de uma mensagem em código, decide chamar a Scotlan Yard.

Dois agentes deslocam-se imediatamente ao hotel e depois de postos ao corrente com o teor da chamada telefónica decidem-se por chamar o M-16 para que estes serviços procedam ás investigações julgadas convenientes.

Depois de várias tentativas, os agentes não descodificam a mensagem de Mário Soares.

E, já desesperados decidem chamar então um tradutor da embaixada inglesa, em Lisboa.

Já no hotel, o tradutor, disfarçado de empregado do room service dirige-se ao quarto do candidato e descobre o mistério: Mário Soares pretendia apenas : "Two tea to 222".

O eleitorado do PS está esfrangalhado - sem ofensa aos frangos



Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

Quase metade dos eleitores do PS nas legislativas estão desapontados com Governo

Quase metade dos eleitores que votaram PS nas últimas eleições legislativas mostram-se desiludidos com o desempenho do Governo de José Sócrates.

--------------------------------------------------------------------------------

Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt


Quase metade dos eleitores que votaram PS nas últimas eleições legislativas mostram-se desiludidos com o desempenho do Governo de José Sócrates.

Segundo a sondagem da Aximage, 44,5% dos eleitores do PS que dizem que o Executivo tem sido «pior do que esperavam». A mesma sondagem adianta que Marques Mendes está a menos de três pontos percentuais de Sócrates nas intenções de voto.

PS: agradecemos a P. Ferreira a chamada de atenção deste link

___________________________________________________

  • Formulo apenas umas breves notas sobre estas verdades de la Palice reportadas pelo JN on line:

1. É claro e visível que o PM Sócrates tem feito um esforço reformista e afrontado alguns interesses corporativos no País. Estar a fazê-lo em nome do bem comum, creio. E numa tentativa de dar eficiência e competitividade às instituições do Estado.

2. A forma como o tem feito já é mais discutível. Mas o desgaste maior, que conduz, porventura, aquela insatisfação do eleitorado do PS reportada pelo JN, deriva de duas outras razões fundamentais que mexem com a governação e com as percepções e gostos dos eleitorados:

a) a forma como Sócrates tem metido os seus boys no aparelho de Estado, inundando todos (repito TODOS) os centros de decisão com amigos, amigalhaços e quejandos;

b) governar hoje já não é mais (só) convencer pela arte da retórica ou da lógica política discursiva. Não basta ler Habermas, meter uns colheradas de racionalidade como faz Carrilho, e fazer umas promessas para "inglês ver". Actualmente, a nebulosa da globalização competiva impôs um novo ritmo e um quadro de exigências acrescidas na esfera das relações políticas e económicas que obrigam a muito mais arte, a muito mais técnica e muito mais capacidades técnicas, culturais e políticas do que no passado recente para se conduzir os destino de um Estado, de um povo, de uma pátria - se é que ainda fará algum sentido referir estes termos.

Ora são estas novas capacidades e skills que não vejo nas ditas elites políticas em Portugal. Governar hoje não pode ser só atender a Pactos de Estabilidade e Crescimento, olhar só para a importância dos mercados financeiros que suportam - supostamente - a moeda, atender às urgências da inflação, reverenciar o peso da dívida pública em relação ao PIB (que é limitado em Portugal) - e exige constantes correcções, ou ainda fotografar, a cada dia, o valor do défice orçamental fixado para as economias mais minorcas - como a nossa. Impondo (e bem) a racionalização da despesa pública de modo a que os líderes políticos se confrontem com a impossibilidade de continuarem a governar dentro de uma linha de continuidade - que, hoje, por força de um quadro múltiplo de constrangimentos - jamais poderá ser seguido.

Marques Mendes, por exemplo, que revela elevada responsabilidade na forma tem feito oposição em Portugal - e está já perto da fronteira da governação - sabe dessas limitações. Sabe ainda, como decorre das suas manifestações públicas - especialmente na última entrevista à RTP1, que os objectivos da boa governação passam por uma moeda europeia segura, e pela oferta de juros elevados de molde a que os operadores nos mercados financeiros internacionais se considerem adequadamente remunerados pelos riscos que correm ao colocar os seus capitais no mercado europeu e em moeda europeia.

O prémio da governação seria, assim, uma espécie de criação de condições de sustentabilidade do crescimento - retomando as linhas de equilíbrio social entretanto perdidas nos últimos anos - e num contexto que agora é tudo menos favorável.

Tudo isso será, porventura, assim. Mas uma coisa falta, o essencial: e o essencial decorre da questão de saber que Portugal queremos e para onde vamos. Será que Portugal se resume a estas minudências da economia e da alta finança? Afinal, qual é a ideia ou orientação estratégica que norteia Portugal? Queremos crescer para quê? É isto que que Sócrates nunca se perguntou. Tem sido isto que Sócrates nunca respondeu - pelo menos ao longo destes 8 meses de governação, e já parece que foi há anos... POrque será? Será que a unidade temporal - post Sócrates - alterou a sua cronometria de medir o tempo? Será por causa da rara chuva de Outono... Será por causa do receio de pandemia dos galináceos..

Ou será, em rigor, porque falta uma ideia estratégica capaz de mobilizar Portugal e de liderar os portugueses?

Será, certamente, também por esse estrutural desalento do povo português perante tantos dislates e injustiças cometidas já na governação do PS de Sócrates - que as sondagens conferem a Cavaco Silva (que vale por mérito próprio) uma enorme vantagem naquela intenção de voto. Alguém estará a imaginar mais um socialista em Belém? Julgo que não. É que o futuro locatário do Palácio Rosa jamais deverá dar uma imagem ao País de que os seus jardins de Belém são uma espécie de repasto da CGD, do Tribunal de Contas, da Galp e do mais que agora não lembro mas ainda está por vir através das mui "sábias" a "avisadas" decisões do único engenheiro com nome de filósofo no mundo: o engº Sócrates.

Será isto, creio, que o líder do PSD - Luís Marques Mendes - que agora - (com os resultados das eleições autárquicas) - "calou" uns barões mais empertigados - que olham para a Política como dimensões privadas dos respectivos quintais - terá de responder quando daqui por um ou dois anos chegar a PM. No entanto, esperemos que a regra da estabilidade se mantenha e os mandatos - ao invés do que fizeram Guterres e Barroso - se cumpram até ao fim. Salvo por ponderosas razões de interesse nacional. E por este andar..


Image Hosted by ImageShack.us
Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us

terça-feira

Terrorismo Internacional na F.C. Gulbenkian


Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us


Conferência Internacional
“Terrorismo e Relações Internacionais”
Fundação Calouste Gulbenkian
Sessão de Abertura, 25 de Outubro de 2005, 9h30

Senhor Presidente da República, Excelência
Senhores Secretários de Estado
Senhores Embaixadores
Senhores Participantes e Convidados
Senhoras e Senhores Administradores da Fundação, Caros Colegas
Minhas Senhoras e Meus Senhores.


Cumpre-me, em nome da Fundação Calouste Gulbenkian e no meu próprio, agradecer a Vossa Excelência, Senhor Presidente da República, ter aceite, uma vez mais, presidir à abertura desta conferência. A presença de Vossa Excelência e as intervenções que aqui tem proferido têm constituído simultaneamente um estímulo para a nossa iniciativa e um valioso contributo para o enquadramento político dos temas em debate. Muito obrigado.

Quero também saudar o Professor Fernando Gil – um dos mais esclarecidos e incisivos pensadores portugueses – que, como consultor da Fundação, nos vem ajudando, assumindo o comissariado da Conferência, trazendo a Lisboa um conjunto de notáveis especialistas, e fazendo a reflexão de síntese final.

O encerramento de um ciclo

Com esta conferência encerramos o ciclo iniciado em 2003 tendo como pano de fundo a antinomia “conflito e cooperação nas relações internacionais”. Antinomia onde se condensa a convivência da ameaça e do risco, que experimentamos neste nosso tempo, com a esperança de que “a defesa da liberdade e a aspiração de justiça” possam todos os dias ganhar terreno.

A primeira conferência – Relações Transatlânticas Europa/EUA – procurou enquadrar a controvérsia Estados Unidos/Europa, subitamente agravada pela crise iraquiana e pelas divisões que gerou no interior da própria Europa.

Em 2004, reflectimos sobre As Novas Fronteiras da Europa – O Alargamento da União: Desafios e Consequências, num período marcado por múltiplos acontecimentos com decisiva implicação no ritmo e na direcção do processo de construção europeia. Há um ano, nesta mesma sala tínhamos ainda uma expectativa positiva sobre o Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa. Hoje, o apelo ao reinventar do imaginário europeu é necessário e urgente porque é preciso reencontrar o rumo e reconciliar os cidadãos com o projecto europeu.

A cena internacional não é escassa em temas fonte de preocupação, que carecem de reflexão e que animariam o nosso debate. Como a crise energética, com a alta duradoura dos preços do petróleo, e as suas múltiplas implicações na economia e nos equilíbrios geo-estratégicos. Ou áreas críticas de tensão e conflito, sem fim à vista, como no Iraque. Ou a persistência intolerável de níveis de pobreza e de subdesenvolvimento, perante o deslizar da realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas. Ou ainda a reflexão sobre a própria reforma da Organização das Nações Unidas, neste ano em que completa 60 anos e se celebra o centenário do nascimento de Dag Hammarskjöld, o Secretário Geral morto ao serviço da Paz e que tão profundamente marcou a “personalidade” do cargo.

O Terrorismo e as Relações Internacionais

Escolhemos como tema o Terrorismo Internacional. O mundo não é o mesmo desde a manhã de 11 de Setembro de 2001. Perante a nossa estupefacção e incredulidade, um absurdo brutal, tornou-se um risco permanentemente possível de acontecer em qualquer lugar e em qualquer país. O sentimento de uma nova e enorme vulnerabilidade passou a acompanhar-nos no quotidiano e a revolta perante o absurdo a ter o sabor amargo da incompreensão e da impotência.

Quatro anos volvidos, a lista de atentados a somar a Nova York e Washington é impressionante: Bali, Moscovo, Mombaça, Riade, Casablanca, Istambul, Madrid, Beslan, Jacarta, Londres e Sharm el-Sheik. Uma abordagem racional, sistemática e sem comprometimentos ideológicos impõe-se. Mas a questão continua sensível e complexa – basta dizer que não existe uma definição de terrorismo comummente aceite – e é fonte de perplexidade para uma humanidade confrontada com um fenómeno de uma enorme dimensão, que persiste, se transfigura e renasce.

Ao tentar abordar este tema, temos de reconhecer as mutações que se verificam no historial e nas diversas manifestações que, ao longo do tempo, caracterizaram a acção dos diversos núcleos terroristas.

Um traço comum, porém, se mantém: o uso da violência indiscriminada, hoje alargada à deliberada intenção de afectar o modo de viver e a estrutura político-institucional em múltiplas regiões do planeta, através de indivíduos ou grupos que se espalham por um significativo número de países ou áreas geopolíticas. Não é um terrorismo de libertação nacional ou de afirmação do direito à diferença. O terrorismo actual é um terrorismo nihilista, de destruição pela destruição, de maior violência e mais letal. Trata-se de um “terrorismo novo, globalizado e franchisado”, como alguém o designou.

Associado muitas vezes à invocação de motivos religiosos, verifica-se a “vontade de não fazer cedências, de não aceitar compromissos e a preferência pela destruição total em vez da derrota. Assim, a violência deixou de ser um meio para atingir um objectivo, mas um objectivo em si mesma.” (Craig White)

O seu âmbito é global e não episódico nem conjuntural. “Teológico-político”, como o definiu o Professor Fernando Gil, é num pragmatismo sem limites que se revela. Sabe explorar com proveito as novas tecnologias e os sistemas globais de informação, que facilitam as suas estruturas organizacionais em rede que ampliam o efeito das acções e que dificultam o seu combate.

Para combater o terrorismo requerem-se formas adequadas de dissuasão e o saber combinar, não só todos os instrumentos à disposição dos Estados mas, também uma indispensável cooperação internacional que permita agregar os esforços que são requeridos para ter êxito na luta anti-terrorista e a percepção racional e sem preconceitos do fenómeno, para formar a opinião pública de molde a estruturar a resistência das nossas sociedades.

As Nações Unidas

Sem esquecer as responsabilidades dos Estados e das organizações regionais bem como de cada comunidade, sendo o terrorismo um fenómeno global, as Nações Unidas são, ou deveriam ser, a primeira plataforma legítima para tomar posições estratégicas neste domínio.

A ONU pode agir como centro de irradiação em relação aos países membros, seja para os direitos humanos, como as leis humanitárias e a protecção aos refugiados, seja para facilitar o encontro de um equilíbrio entre as sensibilidades particulares de cada um e os problemas globais de segurança. Promove, ainda, diálogos culturais e religiosos entre o mundo islâmico e o mundo ocidental e tem vindo a sublinhar o que entre ambos existe de valores partilhados, por forma a melhor educar o público em geral acerca dos perigos do terrorismo no mundo.

Em Setembro, na cimeira mundial de chefes de Estado e de governo, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, por ocasião da 60ª Assembleia-geral das Nações Unidas, o projecto de documento final apresentava propostas de identificação dos elementos essenciais para uma estratégia de combate ao terrorismo.

Os resultados finais foram lamentavelmente de alcance limitado, inclusivé quanto à proposta para aprovação de uma definição de terrorismo e quanto às recomendações aos governos para que actuem de forma concertada para manter compatíveis as medidas contra o terrorismo com as normas internacionais de direitos humanos, isto é, submetendo o combate ao terrorismo ao direito internacional e ao direito humanitário.

Mas é de esperar, que na base do que foi finalmente aprovado, as Nações Unidas fiquem, ainda assim, em condições de continuar a promover o diálogo e o entendimento alargado dos problemas que se inserem na órbita da luta contra o terrorismo.

A União Europeia
A crise de emergência do terrorismo, ao abater-se sobre os dois lados do Atlântico, poderia ter constituído uma ocasião de aprofundamento das relações transatlânticas, que infelizmente a intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque veio em boa parte précludir. Poderia constituir também uma oportunidade para enquadrar uma verdadeira refundação da NATO, estrutura que não deve perder-se mas carece hoje de uma missão clara.
Como recordou recentemente Gijs de Vries, actual coordenador para o contra-terrorismo na União Europeia, a Europa já não é apenas uma base de apoio para atentados terroristas a realizar em outras áreas. É ela própria “origem e alvo de terrorismo”.
Desde 2001, os Estados membros da União têm desenvolvido e adoptado um conjunto alargado de políticas contra o terrorismo. Em Junho de 2004, o Conselho Europeu adoptou um Plano de Acção contendo mais de 100 iniciativas a desenvolver pelas presidências da União até ao final do corrente ano. Actualizado semestralmente este plano cobre várias áreas prioritárias: partilha de informação e cooperação entre polícias, combate ao financiamento do terrorismo, protecção civil e protecção de infra-estruturas críticas e actuação sobre as causas de radicalização e recrutamento terroristas.
Apesar do inegável progresso ao nível da cooperação europeia, persistem dificuldades, dado tratar-se de um espaço ainda fragmentado relativamente às forças da lei e da ordem e que é, por outro lado, um espaço física e socialmente permeável.

Com efeito, a supressão das fronteiras nacionais deixou os Estados europeus expostos a novas vulnerabilidades e perante desafios que tendem a ser globais e transnacionais e que exigem respostas do mesmo tipo. As tendências no âmbito da segurança não são distintas das consequências da globalização em outros domínios.

Além disso, as medidas que vêm sendo encaradas ou propostas são de natureza especialmente sensível: ou porque tocam o núcleo duro das soberanias ou porque, ainda que se reconheça que são indispensáveis e inadiáveis para garantir a segurança do cidadão, não deixam de levantar dificuldades no respeito dos direitos e garantias individuais.

Nesta linha, o modelo do Estado–nação em que assentam as nossas democracias – enfraquecido por ser ter tornado, como diz Philip Bobbit, cada vez mais Estado-mercado - parece estar ultrapassado na capacidade de gerar repostas à altura das novas ameaças e em encontrar propostas inovadoras e mobilizadoras, nomeadamente no desenhar de soluções para comunidades que resistem à integração nas sociedades de acolhimento.

Longo é, pois, o caminho que resta ainda percorrer para fomentar a confiança recíproca e fortalecer a cooperação.

A Sociedade Civil

No domínio do combate ao terrorismo – que é também um ataque à democracia - não podemos esquecer a importância do papel dos cidadãos e das organizações da sociedade civil.

Uns e outras têm um papel fundamental na promoção do diálogo entre diferentes comunidades, na difusão da reflexão sobre as causas do terrorismo, no exercício da cidadania responsável e tolerante, no lançamento de projectos educacionais e sociais que contribuam para a inclusão e a convivência tal como na difusão do conhecimento e das experiências do encontro de culturas.

Conclusão

Fenómeno politico, económico, social, cultural e religioso, com raízes antigas e complexas mas exacerbado por manifestações contemporâneas coloca com dramática evidência de que a cultura conta (“culture matters”). Fomentar o diálogo entre distintas culturas nem sempre é fácil; mas não podemos desistir. Está ao alcance de todos a possibilidade de intensificar os intercâmbios culturais e prosseguir o diálogo entre fés distintas (o chamado interfaith) e estimular as diferentes comunidades para um esforço comum no sentido que diminua a percepção conflitual das diferenças entre “nós e os outros”.

Neste combate, que deve ser firme e sem quartel, importa porém evitar responder ao radicalismo com outros radicalismos, nem repetir estereótipos simplistas e simplificadores. Como refere Jean-Marie Colombani, “nada seria pior na batalha contra o terrorismo, que renegarmos os nossos valores”.

Para a nossa maneira de viver e encarar a vida, o terrorismo aparece como um cataclismo brutal e absurdo. Estamos a poucos dias de se cumprirem 250 anos sobre outro acontecimento brutal, o terramoto de Lisboa de 1755 que deixou a Europa do Iluminismo em estado de choque. Quando poderemos dizer, como Voltaire no “Poeme sur le desastre de Lisbonne”, que dedicou ao acontecimento:

« Nos chagrins, nos regrets, nos pertes, sont sans nombre.
Le passé n'est pour nous qu'un triste souvenir;
Le présent est affreux, s'il n'est point d'avenir,
Si la nuit du tombeau détruit l'être qui pense.
Un jour tout sera bien, voilà notre espérance;”


Muito obrigado.

Emílio Rui Vilar

sábado

Disparates do mundo


É preciso termos a medida das coisas. O ideal era o sistema político nacional gerar novas elites políticas, e não ter de recorrer aos actores e aos perfis do passado para agora preencherem as candidaturas às eleições presidenciais. Soares e Cavaco não são, de todo, candidatos ideais, são os elementos possíveis num mundo mais ou menos provável. E muito perigoso. Por isso, quando me perguntam: o que acha destes candidatos - respondo: quando me lembro de um tenho uma dor de cabeça; quando me recordo de outro apanho uma dôr de dentes. É isto a medida das coisas, ter o senso da relatividade das coisas. Morreremos todos, um dia, com ou sem dôr de dentes, com ou sem dôr de cabeça. Devo estas "dores" ao Chesterton...

Image Hosted by ImageShack.us


Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us


DISPARATES DO MUNDO

De Chesterton foi, curiosamente, dos livros mais sérios que li. Ensinou-me a relativizar as coisas e a perceber que quando o homem está cansado duma dor de cabeça inventa uma dor de dentes. Reflexo da condição humana, evidenciou-me as fraquezas do homem. Com pitada filosófica, este livro ensinou-me a não ficar chocado, mesmo quando alguém nos diz que o ovo não existe só para produzir o pinto, mas também para se divertir e louvar a Deus ou sugerir ideias a um dramaturgo. Ensinou-me a ser céptico e a cognoscere causas que evitam o erro e a ilusão.

  • Ora neste momento - todo aquele Portugal político que alinhe com Soares para Belém é um tremendo erro; o resto é uma ilusão. Apesar de tudo, um mal menor...