quinta-feira

O eleitorado do PS está esfrangalhado - sem ofensa aos frangos



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Quase metade dos eleitores do PS nas legislativas estão desapontados com Governo

Quase metade dos eleitores que votaram PS nas últimas eleições legislativas mostram-se desiludidos com o desempenho do Governo de José Sócrates.

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Jornal de Negócios Online
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Quase metade dos eleitores que votaram PS nas últimas eleições legislativas mostram-se desiludidos com o desempenho do Governo de José Sócrates.

Segundo a sondagem da Aximage, 44,5% dos eleitores do PS que dizem que o Executivo tem sido «pior do que esperavam». A mesma sondagem adianta que Marques Mendes está a menos de três pontos percentuais de Sócrates nas intenções de voto.

PS: agradecemos a P. Ferreira a chamada de atenção deste link

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  • Formulo apenas umas breves notas sobre estas verdades de la Palice reportadas pelo JN on line:

1. É claro e visível que o PM Sócrates tem feito um esforço reformista e afrontado alguns interesses corporativos no País. Estar a fazê-lo em nome do bem comum, creio. E numa tentativa de dar eficiência e competitividade às instituições do Estado.

2. A forma como o tem feito já é mais discutível. Mas o desgaste maior, que conduz, porventura, aquela insatisfação do eleitorado do PS reportada pelo JN, deriva de duas outras razões fundamentais que mexem com a governação e com as percepções e gostos dos eleitorados:

a) a forma como Sócrates tem metido os seus boys no aparelho de Estado, inundando todos (repito TODOS) os centros de decisão com amigos, amigalhaços e quejandos;

b) governar hoje já não é mais (só) convencer pela arte da retórica ou da lógica política discursiva. Não basta ler Habermas, meter uns colheradas de racionalidade como faz Carrilho, e fazer umas promessas para "inglês ver". Actualmente, a nebulosa da globalização competiva impôs um novo ritmo e um quadro de exigências acrescidas na esfera das relações políticas e económicas que obrigam a muito mais arte, a muito mais técnica e muito mais capacidades técnicas, culturais e políticas do que no passado recente para se conduzir os destino de um Estado, de um povo, de uma pátria - se é que ainda fará algum sentido referir estes termos.

Ora são estas novas capacidades e skills que não vejo nas ditas elites políticas em Portugal. Governar hoje não pode ser só atender a Pactos de Estabilidade e Crescimento, olhar só para a importância dos mercados financeiros que suportam - supostamente - a moeda, atender às urgências da inflação, reverenciar o peso da dívida pública em relação ao PIB (que é limitado em Portugal) - e exige constantes correcções, ou ainda fotografar, a cada dia, o valor do défice orçamental fixado para as economias mais minorcas - como a nossa. Impondo (e bem) a racionalização da despesa pública de modo a que os líderes políticos se confrontem com a impossibilidade de continuarem a governar dentro de uma linha de continuidade - que, hoje, por força de um quadro múltiplo de constrangimentos - jamais poderá ser seguido.

Marques Mendes, por exemplo, que revela elevada responsabilidade na forma tem feito oposição em Portugal - e está já perto da fronteira da governação - sabe dessas limitações. Sabe ainda, como decorre das suas manifestações públicas - especialmente na última entrevista à RTP1, que os objectivos da boa governação passam por uma moeda europeia segura, e pela oferta de juros elevados de molde a que os operadores nos mercados financeiros internacionais se considerem adequadamente remunerados pelos riscos que correm ao colocar os seus capitais no mercado europeu e em moeda europeia.

O prémio da governação seria, assim, uma espécie de criação de condições de sustentabilidade do crescimento - retomando as linhas de equilíbrio social entretanto perdidas nos últimos anos - e num contexto que agora é tudo menos favorável.

Tudo isso será, porventura, assim. Mas uma coisa falta, o essencial: e o essencial decorre da questão de saber que Portugal queremos e para onde vamos. Será que Portugal se resume a estas minudências da economia e da alta finança? Afinal, qual é a ideia ou orientação estratégica que norteia Portugal? Queremos crescer para quê? É isto que que Sócrates nunca se perguntou. Tem sido isto que Sócrates nunca respondeu - pelo menos ao longo destes 8 meses de governação, e já parece que foi há anos... POrque será? Será que a unidade temporal - post Sócrates - alterou a sua cronometria de medir o tempo? Será por causa da rara chuva de Outono... Será por causa do receio de pandemia dos galináceos..

Ou será, em rigor, porque falta uma ideia estratégica capaz de mobilizar Portugal e de liderar os portugueses?

Será, certamente, também por esse estrutural desalento do povo português perante tantos dislates e injustiças cometidas já na governação do PS de Sócrates - que as sondagens conferem a Cavaco Silva (que vale por mérito próprio) uma enorme vantagem naquela intenção de voto. Alguém estará a imaginar mais um socialista em Belém? Julgo que não. É que o futuro locatário do Palácio Rosa jamais deverá dar uma imagem ao País de que os seus jardins de Belém são uma espécie de repasto da CGD, do Tribunal de Contas, da Galp e do mais que agora não lembro mas ainda está por vir através das mui "sábias" a "avisadas" decisões do único engenheiro com nome de filósofo no mundo: o engº Sócrates.

Será isto, creio, que o líder do PSD - Luís Marques Mendes - que agora - (com os resultados das eleições autárquicas) - "calou" uns barões mais empertigados - que olham para a Política como dimensões privadas dos respectivos quintais - terá de responder quando daqui por um ou dois anos chegar a PM. No entanto, esperemos que a regra da estabilidade se mantenha e os mandatos - ao invés do que fizeram Guterres e Barroso - se cumpram até ao fim. Salvo por ponderosas razões de interesse nacional. E por este andar..


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