quinta-feira

A contra-capa


  • Um livro é como um homem: tem um par de peitos, mas também um par de costas. Pode não chegar onde pretende, mas tem a obrigação de pôr-se a caminho. Ora cá vai o sujeito visto por trás...

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..Se o homem é o melhor amigo do cão, dizemos aqui que o livro é o melhor amigo do homem.

terça-feira

Sabe o que é isto???

  • Já é velho hoje o jornal de amanhã. Leia este livro que não se desactualiza tanto...

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  • Por outro lado, mesmo quando os jornais aumentam de preço as notícias também não melhoram.. Leia este livro que não tem notícias, mas informação e muita sociologia e filosofia lá dentro... Com essas chaves epistemológicas pode descodificar o que quiser. Salvo 2 coisas: os 7% do défice luso-crónico; e o Código da Vinci - a maior treta dos novos tempos...

sábado

Sociedade da Info-globalização

  • Um pequeno contributo para a Conferência sobre a mobilidade na SI

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  • Programa do Encontro "(...) a escola (...) deve tornar-se num espaço onde são facultados os meios para construir o conhecimento, atitudes e valores e desenvolver competências."

    In MSI, 1997
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  • Muito se tem teorizado sobre o que é a globalização: um processo segundo o qual as actividades decisivas numa esfera de acção (economia, ambiente, tecnologia, crime organizado, conhecimento) funcionam como unidade em tempo real no conjunto do planeta. Trata-se, pois, de um processo historicamente novo, distinto da internacionalização e da chamada economia mundializada.
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  • A novidade reside no facto de só na última década se ter constituído um sistema tecnológico (leia-se – de telecomunicações, sistemas de informação interactivos e transporte de alta velocidade no plano mundial ao serviço de pessoas, bens e culturas) que torna possível essa globalização.
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  • Em Portugal, com a entrada em funções do XV Governo constitucional criou-se a Unidade de Missão para a Inovação e Conhecimento (UMIC) coordenada por D. Vasconcelos; outro dos rostos visíveis desse processo de transformação de “Portugal Digital” – é o economista Jaime Quesado, gestor do Programa Operacional da Sociedade da Informação (POSI) - que está agora de saída, como é óbvio). O objectivo estratégico destas acções é criar “cidades digitais” potenciando plataformas de inovação e competitividade que permitem tornar o “governo electrónico” numa alavanca da reforma da Administração Pública tornando, pela via do exemplo, a sociedade civil também mais competitiva. Para o efeito, é necessário estreitar as relações da universidade e institutos politécnicos com as empresas; gerar novas formas de cooperação e inovação entre agentes públicos e privados.
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  • O “campus” virtual é uma das ideias a implementar, copiando, aliás, o que se passa (com sucesso) no universo académico anglo-saxónico. A novidade do projecto “Portugal Digital” distingue-se pelo facto de pela 1ª vez no país estar a ser pensada uma rede de nós virtuais de forma integrada. Por forma a que em 2004/05 quase uma centena de estabelecimentos de ensino superior tenham aderido à iniciativa que visa colocar Portugal numa posição de liderança europeia. Os projectos-piloto que serão dinamizados já no início de 2003 no âmbito do POSI (e em escolas de alta densidade populacional), permite avaliar da vontade política em “webizar” a sociedade portuguesa.

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  • Como? A massificação dos portáteis e o acesso generalizado à Net (dentro e fora da academia), é um desses indicadores. Esta medida, mediante condições de crédito favoráveis (negociadas com a banca e os operadores de telecomunicações), juntamente com protocolos com os principais fabricantes (Toshiba, HP/Compaq, Apple, Fujitsu-Siemens, IBM, Dell – já para não falar na Airis - multinacional espanhola líder de vendas na Península Ibérica) pode acelerar os objectivos da UMIC.

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  • Pensa-se que para as configurações dos portáteis sejam disponíveis placas de rede para acesso sem fios com tecnologia IEEE 802.11 (vulgarmente conhecida por WI-FI/Wireless Fidelity). A vantagem desta tecnologia permite uma ligação à rede local das universidades e ainda um pacote de acessos ADSL (cabo em banda larga) de modo a que os portáteis possam ser utilizados extra-academia. Para que os preços de utilização de telecomunicações sejam competitivos o Governo estabeleceu um protocolo com operadores (Sapo, Clix, IOL, ONI, Tvtel e Cabovisão) assegurando, assim, a oferta de banda larga em Portugal. A ser conseguida esta revolução tecnológica silenciosa em Portugal, que revoluciona métodos de trabalho e formas de conceber (e partilhar) o próprio conhecimento, irá beneficiar os alunos, os professores, os funcionários administrativos, os estabelecimentos de ensino e o país na sua globalidade.

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  • As vantagens de ter um país (com todos os seus centros de produção estratégica) a funcionar 24h. por dia de forma digital são óbvias em termos de produtividade. Além da própria formação intensiva em tecnologias da informação a todos os agentes, diminuindo o “gap” geracional entre discentes, docentes e funcionários. Porventura, os alunos aprenderão melhor assistindo a aulas em que os docentes apresentam as matérias em aplicações do tipo “power point”; poderão ainda, por ex., ter acesso facilitado aos serviços académicos sem a rigidez burocrática do costume; consultar as suas notas “online”, adquirir “e-books”, pesquisar sebentas e relatórios e levantar um Curso de Relações Internacionais, Princípios de Ciência Política, ou informação sobre ONGs e a crise do Estado - ou qualquer outra bibliografia na área das Ciências Sociais e Humanas (e outras).
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  • A ideia geral é maximizar recursos e tornar mais eficientes as relações entre as universidades e politécnicos e o conjunto da Administração (em particular o Ministério da Ciência e do Ensino Superior), um agente muito especial na dinamização do sucesso do Portugal Digital. Naturalmente, todas estas acções no terreno só ganham fôlego e dimensão política se forem observados vários princípios. A saber: 1) subsidiariedade (já entronizado no “acquis” comunitário) – permitindo que cada instância faça aquilo que melhor sabe fazer pela via da descentralização da decisão; 2) flexibilidade – permitindo ao Estado (agir como uma “task-force”) actuando num contexto de mudança contínua sem perda de qualidade e competitividade nas suas funções económicas, sociais e de regulação política; 3) coordenação – estabelecendo mecanismos permanentes de cooperação com as várias instâncias de decisão (locais, regionais, nacionais, supranacionais e globais) a operar na rede; 4) participação/cidadania – que é o garante da legitimidade de todas as decisões e intervenções do Estado conhecidas e entendidas pelos cidadãos; 5) transparência administrativa – de molde a assegurar não um governo de anjos mas um mínimo de corrupção e nepotismo. Não sendo suficientes os controles internos do Estado, abre-se mão dos controles externos, ancorados na sociedade, os quais através das TIC permitem o acesso directo dos cidadãos a todas as informações administrativas (não confidenciais).

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  • Basta que a modernização tecnológica da Administração se faça, pois o Estado-rede requer o uso continuado de redes informáticas e de telecomunicações avançadas. Mesmo que não resolvam tudo, essa modernização requer investimento em equipamento, mas sobretudo capacitação em recursos humanos e um redesenho das instituições políticas.
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  • Talvez seja uma boa “receita” para o Estado prevenir o desenvolvimento de um proletariado “à la Blade Runner”, cujo destino seria o daqueles que não se conseguindo adaptar à era da informação e da globalização competitiva, testemunharia o emergir de uma subclasse revoltada, amargurada e violenta pronta a explodir.
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  • Afinal o que é o Estado-rede senão a adaptação a uma específica forma de sobrevivência do Leviatã na era da info-globalização!? A administração flexível e conectada das cidades digitais unindo Portugal inteiro, é o instrumento indispensável do Estado-rede.

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Assim sendo, o desígnio de Portugal Digital rima com a reforma da administração, que precede a administração da reforma. Por em prática este esquema de reforma pode ser uma utopia. Mas verdadeiramente utópico é pensar que o Estado actual possa sobreviver aos embates da economia global e das sociedades nacionais mantendo uma máquina burocrática e formas de gestão de um tempo histórico do passado.
    Este texto foi publicado no
    Semanário - Euronotícias,
    Publicado a 10 de Janeiro de 2003
    Hoje revista TEMPO



    Post-scriptum:
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    Vemos aqui o grande impulsionador dos estudos de área: a sociedade em rede, combinando a política com os negócios e a tecnologia e alguma mudança social. Vemos um Castells mais velho e conservador; depois vemos um Castells mais jovial e reformista; por fim vemos o velho neomarxista que fazia planeamento urbano e nunca pensava atingir tanto sucesso. Mas ainda bem que o atingiu, porque a trilogia é consistente e correu mundo. Depois o homem é também um castelhano, nosso irmão. Enfim, o homem é uma galáxia de conceitos, de saberes e de competências que deve muito ao ambiente de Silicon Valley..


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    Aqui em baixo, mercê das elásticas teorizações daquele cientista social, vemos algumas aplicações em rede. Pois como é consabido há inúmeras redes. Elas têm muitas utilidades. Umas servem para disciplinar o caos, impor uma caologia para ordenar o mundo desordenado. Outras redes servem para uma boa tarde de lazer, depois de uma sardinhada ao ar livre, por exemplo. E outras redes ainda servem para outras coisas cuja teorização não disponho neste momento. Só sei que há uns anos um pensador respondeu assim a um amigo:

    Como poderei eu, com aquela rapariga ali sentada,
    Concentrar-me
    Na política de Roma, da Rússia
    Ou da Espanha?

    Ou de Portugal, direi eu..
    De facto, as redes servem para muita coisa, até para apanhar peixe. Por vezes servem para nos matarmos.. enredados nas suas próprias teias, que deixamos de controlar..

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    Caro A. Mendes - fazer isto ao som de Modjo não é mau, mas ao som de Djavan sabe melhor... Sobretudo, se for o velhinho Lilaz...(pôr-do-sol..) de 1985 (salvo erro). Era você um "puto"..., e eu um puto sénior - então com 19 anos, dos 38 que conto hoje. Não é isto admirável - na rede do conhecimento e na teia da Idade que nos dá a ilusão da eternidade!?

    quarta-feira

    Uma mensagem do Cleber Nelson - Mestrando em História no Brasil

    Caro Cleber,
    • Esta carta do Cleber surge na sequência de uma admiração do próprio: não suponha que Raymond Aron fosse objecto de um tratamento algo desenvolvido na blogaria. Vai daí, à boleia do Aron, o Cleber tropeçou no meu outro blogue - http://www.macroscopio.blogspot.com - encontrou umas coisas de Aron e resolveu reconher-me o gesto através duma cartinha simpática. Pedi autorização ao próprio para a publicar. Ele autorizou. Cá vai..
    Muito obrigado pela sua atenção Cleber Nelson


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    Caro Rui,

    • Bem, não tive o privilégio de conhecer Aron pessoalmente, isto seria blasfemar. Até porque quando ele faleceu eu devia ter uns 2 anos de idade (considerando 1984 como data de falecimento). Tive o contato com apenas três dos livros dele, e não tive tempo hábil para me dedicar como gostaria à uma leitura mais aprofundada do homem. Os três livros aos quais tive contato são: "As Etapas do Pensamento Sociológico", "Memórias" e um pequeno livro editado no Brasil quando ele esteve na Universiadde de Brasília (UnB) em 1981, entitulado "Raymond Aron na Unb", onde há palestras e comentários, entrevistas e opiniões de Aron.
    • Quando me refiro ao "representativismo" que o "ópio" ainda exerce sobre os intelectuais, me refiro aos problemas que são encontrados no meio acadêmico, onde é possível de serem encontrados manifestantes "quase dogmáticos" das "virtudes e desbravamentos" dados por Marx; e que muitas vezes preferem rotular Aron, como forma de deslegitimar a qualidade dos escritos dele, como "pensador burguês", sem ao menos o terem lido, desta forma, influenciando a negativamente a compreensão de alguns conceitos sobre a sociedade em que vivemos.
    • Minha área inicial de formação, é Publicidade e Propaganda, logo minha maneira de "encarar o mundo" passa por análises quanto ao consumo e as representações sobre os objetos e valores dissipados na sociedade de consumo e através dos meios midiáticos, ou para ficar nos termos de Manuel Castells, da "Sociedade em Rede".
    • Meu interesse por Aron, assim como por Bobbio, Mosca, Pareto e outros pensadores políticos, vem pela genialidade do professor mais cativante que tive, que ministrava a cadeira de Ciência Política no curso de Publicidade e Propaganda. Ao falar de Aron, e constatar a ênfase e explicações dadas por este "monstro", pude perceber a importância que a Ciência Política desempenha para a compreensão do contexto social, das relaçoes de poder e das representações.
    • Para ser sincero, o meu interesse por Ciência Política não tem haver, diretamente, com as abordagens e estudos que estou desenvolvendo no curso de mestrado, mas vêm de uma inquietação sobre a representatividade e poder das elites. E sendo um publicitário, meu objeto de estudo para dissertaçaõ de mestrado compreende a abordagem das realções de poder e a representatividade através dos bens de consumo, na região da minha cidade no perídos conhecido como "Milagre Econômico Brasileiro", que é delimitado pelo recorte temporal compreendido entre 1970 e 1973 (quando há o advento da primeira "crise do petróleo").
    • Concordo plenamente, que quanto maior for a condição de miséria e insatisfação, "maior" será a capacidade do "velhote barbudo" permanecer como sendo o "grande guia do povo". Ainda mais se tratanto de um país de tamanhos contrastes e desiguladades como é o Brasil. Aproveitando o gancho, quero dizer que moro numa cidade localizada aproxiamadamente 300 kms de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, cidade que sediou, se não me engano, três vezes o famigerado "Fórum Social Mundial" (que nasceu como a antítese do Davos). A cidade de Natal fica no Rio Grande do Norte, região nordeste do país.
    • Sobre R. Dreifuss, confeso, é aprimeira vez que "ouço" falar no homem. Prometo olhar com atenção o seu blogue e as indicações de autores que me enviou.
    • No momento, devido às possibilidades econômicas, bem como disponibilidade de tempo, não terei a oportunidade de ir conhecer Portugal tão cedo, mas agradeço imensamente o convite e a gentileza que o Sr. tem demonstrado para com esse "inquieto" estudante, que se aproveitou da viabilidade linguística comum (salvo, algumas alterações) da "última rosa do lácio" (palavras do poeta brasileiro Olavo Bilac) para conversar sobre as inquietações sobre o pensar político e social.
    • Espero não estar sendo inconveniente, e lhe agradeço infinitamente a possibilidade de discorrer e aprender sobre um tema tão amplo, cativante e influênte como a Ciência Política.

    Muito obrigado,
    Cleber Nelson

    terça-feira

    Reflexões de família. Um convite à ciência, à reflexão e à evolução..


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    Ruisinho:

    São vários os assuntos que tenho para falar contigo portanto, para evitar a anarquia,vamos numerá-los:

    1º- Esta troca de mails, que começa a transformar-se para mim num saudável vício, satisfação de necessidade, espécie de alimento de alma, não sendo uma surpresa, porque ao fim de todos estes anos já me vou conhecendo, pode passar, no entanto, a ser uma preocupação porque não quero que percas tempo comigo. A tua actividade de escrita é alucinante, causa-me estupefacção e arrepios.. diários com o macroscópio , a culturanálise o trabalho de investigação e mais o livro , uff… Dezenas de pessoas, não faço ideia quantas, que sabes estarem à tua espera diariamente para lerem o que escreveste, para saberem o que pensas da actualidade … deve constituir uma pressão desagradável. É como um jornalista que todos os dias tem que fazer um artigo de fundo para o seu jornal só que tu não tens jornal nem patrão ao fim do mês para te dar a justa compensação para tanto desgaste da massa cincenzenta. Escreves para teu deleite e deleite dos outros numa espécie de missão evangélica em que o evangelho são as tuas ideias, o teu saber, o produto de muita leitura e reflexã, espalhando a palavra através dos teus blogs sendo os teus leitores os teus discípulos. Muitos deles nem os conheces, não interactivam contigo, são discípulos silenciosos. Nem parece que estamos numa sociedade onde tudo se compra e se vende. Aqui, pelo contrário, basta clicar e recebemos sem contrapartida o que de melhor as pessoas têm para nos dar: o produto da sua massa cinzenta.

    Portanto, não percas tempo com os meus mails. Eu sei que os lês mas não tens que lhes responder. Reserva o teu tempo para as tuas escritas, de preferência dando prioridade às que correspondem a obrigações. Tenho ao meu lado 4 livros que correspondem às minhas leituras preferidas. Não são livros de ciência pura, esses ficam para os cientistas além de que tenho a noção das minhas limitações. Mas tenho uma sincera curiosidade de entender a vida e os homens e perceber como chegámos aqui, e como não sou homem de fé tenho mesmo que entender, não necessariamente na minudência do pormenor, isso ficará para os cientistas, mas no q.b. para que dentro de mim se faça luz e deste ponto de vista estou muito grato a Charles Darwin que abriu para a humanidade a estrada que a vida trilhou para chegar até nós.

    2º - Agora tenho aqui ao meu lado os seguintes títulos: Quem Somos Nós de Luca Cavali-Sforza e do filho Francesco. O pai foi professor de genética na Califórnia e durante 40 anos estudou a evolução humana, recebeu prémios e foi membro da Real sociedade de Londres e da Academia das Ciências dos E.U.. O 2ºlivro tem o título A Origem do Homem de Claude–Louis Gallien e é professor na Universidade René Descartes em Paris, onde dirige o laboratório de biologia do desnvolvimento. Genes, Povos e Línguas, também do Luca Cavali e, finalmente, O Mistério de Todos os Mistérios de Michael Ruse que é professor de filosofia e de zoologia numa universidade no Ontário e tem um prefácio do prof. Alexandre Quintanilha de quem eu tenho muito boa impressão. Lidos devagarinho e várias vezes - aprende-se muito com esta gente, embora algumas passagens não sejam fáceis. Às vezes é como quem quer fazer uma conta sem ter aprendido a tabuada .

    Destas leituras ainda te hei-de dizer alguma coisa .


    3º- Finalmente os Prós e Contras.Tu viste o programa e por isso vou apenas dizer-te o que mais me chocou: o desplante, o despudor a "desenvergonhice" (como diria a tua bisavó ) do Isaltino. Por favor tirem-me aquele sujeitos da frente com o seu provocante charuto. Se os habitantes de Oeiras voltarem a coloca-lo na cadeira do poder é razão para se pensar que muito dificilmente poderemos ter orgulho em pertencer a este país.


    PS.Pareceu-me que levaste para sério o meu último mail sobre o Benfica. Nim penses. Para esse tipo de assuntos a minha abertura de espírito é de 180 graus . Para os restantes vai até aos 150.

    Este mail está uma vergonha de tamanho. Não ligues.

    Xau .Boa Noite.

    Tio Quim




    Meu Bom Tio Quim,



    De facto, as tuas palavras são sementes que germinam. São sempre uma boa seara. Uma seara nova para o espírito. Por isso, hoje não me alongo. No entanto, apenas sublinho a ideia de que aquele convite ao Isaltino era para o embaraçar ainda mais. Se foi esse o propósito, conseguiram. O homem só deu tiros no pé. Acho até que perdeu ontem, ali - em directo, as eleições. Veremos.. O Saldanha Sanches lá foi repetindo a máxima dos caciques no Brasil: eu roubo, mas faço... Não sabemos se é isso o que está em causa na Suíça, perdão, Portugal. Mas o que me fascinou naquele programa, a que dada altura tirei o som, foi a Cláudia.. Aquela mulher não devia estar alí. Deveria estar a decorar-me a casa, a fazer ciência em laboratório, a conceber lingotes, a limar diamantes, a polir pérolas, enfim, deveria estar comigo algures no pacífico a explicar-me as desvantagens dos crimes de colarinho branco. Nesse dia teria de ir bem vestido.. Mas não de colarinho bran.. Acho que concordaria sempre com tudo. Com tudo e com ela, é claro! O que te pareceu.. Com ela iria até à Suíça, até ao fim do mundo, em nome da justiça e da verdade. Abria-lhe uma conta para ela fazer compras na 5ª avenida das lojas dos 300, comprava-lhe um chocolate made in Badajoz e oferecia-lhe um swatch feito na China. Dos mais baratos, claro...



    Um abraço e bom Ténis


    Rui



    Nota: Tenho a leve sensação, pelas tuas descrições, que a minha bisavó devia ser um "estouro" de mulher. Mais ou menos isto.. Que dizes? Nem a Cláudia lhe chegaria..

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    EPISTEME - Revista Multidisciplinar da UTL

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    • Revista dirigida pelo Prof. Doutor Adelino Torres.

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    O nº. 13-14 da Revista Episteme apresenta um interessante conjunto de reflexões sobre o legado de Ilya Prigogine, Nobel da Química e um cientista de valor insuspeito que ainda veio à Gulbenkian mostrar o seu valor. Aqui o leitor mais exigente encontrará um conjunto de fundamentos que nos ajudam a lidar com a incerteza, o risco, a contingência, enfim, o caos. Um pouco como Albert Eisntein, que gostava de poesia, Prigogine deu-nos uma lição de abertura ao mundo, revelando que as estruturas do possível são mais ricas do que as estruturas do real. É o homem do fim das certezas, o que nos obriga a reequacionar todos os nossos alicerces, da economia à política, da sociedade à cultura. Questionando até a nossa própria intersubjectividade.

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    Deste vulto da ciência e da cultura - guardo ainda uma outra mensagem que me ensinou a ser ainda mais humilde: é o que o movimento de complexificação as coisas, da matéria, a partir de um dado ponto, atinge uma tal massa crítica que faz com que todos entremos num turbihão. Ora é esse turbilhão que creio estarmos a viver sob o signo desregulado da globalização competitiva, muito predatória e pouco personalista. Julgo que o seu legado, se o interpretei bem, nos apontou o caminho inverso que ainda não soubemos trilhar entre os tempos da nossa eternidade.

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    Oxalá possamos potenciar essas estruturas de dissipação em prol do homem. Do homem do nosso tempo e dos vindouros. Compreender Ilya Prigogine é, de facto, ensaiar uma compreensão do mundo, com o homem lá dentro. Sendo que cada mudança é acompanhada de uma problemática. Hoje parece que é a economia o nó górdio das nossas vidas. Que estuda as interacções baseadas no desejo de riqueza, assim como a física estuda o efeitos das interacções eléctricas e magnéticas. Por mim, enquanto homem empenhado na compreensão de tudo quanto se passa no espaço do meu tempo, como diria Almerindo Marques, apoiado em Sto. Agostinho, apenas desejaria elevar-me ao mundo macroscópico, de forma a ver que a descontinuidade dos fenómenos individuais já não tem qualquer razão de ser, uma vez que a multidisciplinaridades das competências e dos saberes habilita o homem a compreender e até a harmonizar as dinâmicas do seu tempo. Um tempo de risco - que aqui se dissolve se lermos alguns desses ensaios - cujo número foi feito sob a égide e a racionalização da incerteza de Ilya Prigogine.


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    Quem sabe se com essa reflexão não passamos a dominar melhor a incerteza. Uma incerteza pela qual Heisenberg recebeu o Nobel em 1932, mostrando-nos que não podemos verdadeiramente conhecer nada porque a posição e a lei do movimento perturbavam a racionalidade do homem para fixar e estabilizar conhecimento. Hoje o desafio é outro: o mercado já não absorve os desequilíbrios estruturais, mas amplifica-os, numa tendência natural que os mercados vão consolidando quer contra os Estados, quer contra as pessoas. Gerando desemprego em massa temperado pelo capitalismo selvagem que "fabrica" Gente Feliz com Lágrimas, como titula um romance de João de Melo adaptado com sucesso ao cinema. Será que poderemos aproveitar as teorias dissipadoras de Ilya Progogine para disciplinar os mercados na economia mundial? Esse dinamismo e essa adaptabilidade seriam dispositivos preciosos para regular a regulação - desregulada. Seremos capazes? O objectivo é buscar esse novo paradigma que é a Globalização Feliz - com a economia e os mercados a serem amigos das pessoas e cumplices dos Estados.

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    O que ainda não sabemos é se o Mundo se mantém tal como Deus o fez no 1º dia e comporta as mesmas espécies inalteradas. Ou se evoluímos para uma qualquer forma de vida diferente. E se sim, qual ou quais...

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    Alguém tem o telemóvel de Deus?

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    terça-feira

    O Sporting, a competição, a velhice, o ténis e a Vida

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    Ruisinho:

    Perguntas tu: e porquê verde? O meu Sporting ganhou ontem à noite com um golo do Tello que foi uma autentica obra prima de beleza e precisão. A trajectória descrita por aquela bola não faz parte do calendário da balística. Apenas na geometria espacial do Einstein encontramos algo semelhante. Ficamos momentaneamente à frente do Campeonato, mas tenho que gerir com descrição as emoções pois os resultados têm a ver, fundamentalmente, com o aleatório que ninguém controla. Espero que na pior das hipóteses (já estou a pôr de parte os “morcões”) poder contribuir para a alegria da Gra, do filho da Gra, do Felipe - e de mais 6 milhões de portugueses (números do inimigo).

    Regressemos à cor normal para te dizer que me considero um homem com sorte, muita sorte.Eu gosto de enfatizar a sorte porque tenho a sensação que a minha vida tem sido uma viagem ao sabor dela. Distraído como sou a maior parte do tempo nem no leme segurava e depois para quê? Quem me assegurava que eu era mais competente que o piloto automático?.

    Nunca me empenhei muito com a vida.Vistas bem as coisas, embora tenha sempre procurado fazer as minhas obrigações, acho que por uma mera questão de honestidade, nunca fui competitivo porque nunca me teria sentido bem se o fosse. Conheci tipos competitivos desde os bancos da escola e, sinceramente, nunca gostei do estilo. Como vês nos tempos de hoje, quando só se fala em competitividade a única hipótese que me restava era dedicar-me ao ténis e trocar mails com um sobrinho que tem um vulcão na cabeça e que descobri lá para os lados de Carnaxide .

    Aos 66 anos a velhice é para mim uma ficção: da última vez que corri 2500 metros tirei 20 segundos ao meu tempo anterior, chego mais fresco ao fim de uma hora de ténis que os meus colegas que têm menos 15 anos que eu, há 3 anos que vivo com a minha parceira de todos os dias uma situação consolidada de lua de mel. Por tudo isto não posso deixar de me rir um pouco interiormente quando viajo para Lisboa com os bilhetes da terceira idade. É como se estivesse a enganar a CP. Finalmente, e tão importante como tudo o resto, vivo sem angústias ou quase, porque o mundo dos afectos sempre nos trás as suas preocupações….

    Desculpa meu querido sobrinho, tu para aí com as tuas preocupações e eu egoisticamente para aqui a falar de mim, das minhas
    perfomances, agora sim armado em velho tonto mas no dia 31 às 18 horas lá estarei em Carnaxide a dar-te, em meu nome e em nome de toda a nossa família um grande abraço de parabéns e de boa sorte.


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    Meu Bom Tio Quim,


    Agradeço-te a resposta. Fazes umas considerações sobre a velhice, a forma física, a teoria da competição, o ténis, no fundo, sobre a existência e a Vida - que me deixaram a pensar. A pensar no tempo. No nosso tempo, que agora parece ter outra velocidade. Quanto ao Sporting - que respeito - só te posso adiantar o seguinte: espero que dentro de dias, na Luz, ou seja no Glorioso, possas perceber a diferente entre o leão e a Águia - e que possas arrecadar uma valente derrota. O problema dos leões é que quando não têm caça e ficam esfomeados, como bem sabes, têm de olhar para os céus em busca duma bússola que os oriente na direcção da caça cá em baixo. E a Águia, mesmo quando perde, está sempre lá por cima, em altos vôos - cruzando as nuvens e orientando os leõezinhos cá em baixo. Os mesmos que daqui a dias irão provar o sabor da derrota. A derrota no Estádio da Luz. Nem que para isso tenhamos que reinventar a composição da equipa.. É que os leões quando vêem muita caça ficam logo desnorteados, e isso é meio caminho para desguarnecerem a defesa e perderem. Por isso não tenho dúvidas que o meu clube da Águia irá fazer o seu dever, que é ganhar com honra e mérito. Além de que a Águia - por coabitar as alturas - é o animal do mundo que mais próximo está de Deus.. E isso vale mais do que a compra (leia-se, a corrupção) do que todos os árbitros do mundo). Toma..

    • Diz lá se esta não é uma equipa. Atendendo ao género...

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